Cariri Cearense

História, cultura e diversidade reflete uma
das regiões mais bonitas do Brasil
A multidão está sob seus pés enquanto se desloca através de uma combinação de procissão, romaria, fé e devoção e já reconhecemos que se trata do famoso “Padim Ciço”.

A música muda e o som da natureza têm ritmo e cadência implacáveis no canto do Soldadinho do Araripe e já reconhecemos as belezas naturais da Chapada. Os passos dos brincantes se tornam cada vez mais intensos, os olhos arregalados e o corpo não controla a alegria da festa de reis, e então temos o reisado.

De um por um, vamos entrando no cenário caririense num transe inconfundível, sem tirar os olhos do palco, mas isso não é um show de tradições folclóricas – é um convite para conhecer uma das regiões brasileiras mais bonitas do Brasil, que traça as suas raízes em torno da ocupação indígena antes do período colonial e da escravidão.
Romaria de Nossa Senhora das Candeias
A Região Metropolitana do Cariri é o lugar onde abriga um dos maiores polos ecológicos do país. Sua culinária, música e religião oferecem uma visão fascinante sobre o passado desse território e de sua herança cultural. A região fica ao sul do Ceará e faz divisa com os Estados de Pernambuco, Piauí e Paraíba.

A sua maior extensão é composta por 29 municípios, e por causa da sua localização privilegiada, é caracterizada pela cultura, expressões artísticas e religiosas.

Devido a fatores climáticos e turísticos por exemplo, a Região Metropolitana do Cariri é formada pelas cidades centrais: Juazeiro do Norte, Barbalha e Crato, estes são municípios que a cada dia crescem em termos de população, economia, educação, setor imobiliário entre outros.
Avenida Padre Cícero
As terras férteis da região Cariri eram habitadas por tribos indígenas denominados “Kariris”, termo de onde foi batizada. Com a divisão e doação das primeiras sesmarias da região, em meados do século XVIII, houve a chegada dos primeiros colonizadores que vinham principalmente da Bahia e de Sergipe.

Nesse processo, aos poucos, os índios foram sendo expulsos. Na esperança de encontrar jazidas de metais preciosos, em 1756 os colonizadores fundaram a Companhia do Ouro das Minas de São José dos Cariris, buscando a exploração da localidade em que hoje está situada a cidade de Missão Velha.

Com a expulsão do povo nativo e a necessidade de mão-de-obra para o trabalho nas minas, deu-se a chegada dos escravos negros na região. Gradativamente a corrida pelo ouro foi dando lugar ao cultivo da cana de açúcar e foi essa atividade agrícola que deu o grande salto para o desenvolvimento.

Houve formação de povoados e catequização promovida pelos padres jesuítas nas comunidades que hoje são sedes de diversos municípios.
Do alto da Colina do Horto, debaixo de um monumento de 27 metros – a Estátua do Padre Cícero, com vista para a Chapada do Araripe, o Cariri em sua abreviatura “CRAJUBAR” é uma expansão rápida com mais de 500 mil habitantes.

A maioria ainda possui marcas de pobreza, se esgueirando em periferias urbanas sobrevivendo sobretudo da fé. Ao mesmo tempo, estão surgindo novos arranha-céus, nos arredores do shopping center e em bairros nobres da cidade de Juazeiro, evidenciando o crescimento da classe média/alta do município.

Um morador aleatório poderia contar com certa sabedoria: “aqui a vida é difícil de viver”, mas certamente você ficará impressionado com o calor, a hospitalidade e os sorrisos radiantes das pessoas que vivem aqui.
O Cariri ainda pode não atrair tantos visitantes como a praia de Copacabana e o Corcovado, ambos no Rio de Janeiro ou as maravilhas de Salvador da Bahia de Todos os Santos, mas o que ele faz é oferecer uma visão fascinante e singular de um lugar exuberante que segue avançando e que se tornou o berço da cultura mais belo, diverso e dinâmico equivalendo a muitos pontos turísticos do mundo.